
‘Na noite de 27 de outubro de 1979 o telefone tocou em nosso apartamento em Belo Horizonte. Era o reverendo Lima que como cavalheiro como era, pensava que ligava para parabenizar-me pelo meu aniversário que ocorrera naquele mês. Mas, já havia passado. Ele já havia telefonado. O que seria? Um convite inesperado foi comunicado por ele: ‘A Igreja Central de Campinas, através da sua junta de oficiais o convida para vir pastoreá-la’. Abruptamente respondi: ‘Não, de jeito nenhum’.
Eu tinha mil porquês não aceitar; mas, o maior deles é que depois de cinco anos, estamos totalmente adaptados em BH, com os filhos na Escola Pública de boa qualidade e o próximo ano seria o último de Lúcia na melhor Universidade de Direito da Capital, uma das melhores do Brasil. Meu ministério havia saído das portas da Igreja do Nazareno, lecionava em dois seminários e era o presidente do Conselho de Pastores da cidade, amava a igreja local e éramos venerados por ela. Portanto, ‘NÃO’!!
Depois de duas viagens a Campinas para tratar com a Igreja Central, finalmente, em dezembro do mesmo ano aceitamos, por ver a mão invisível de Deus conduzindo todas as coisas para que o impossível se tornasse possível.
Lúcia, como sempre, abriu mão do privilégio de formar com sua turma com a qual iniciara o curso para mudar seu currículo (riquíssimo) e adaptá-lo a uma universidade que estava longe da sua. Os meninos... Bem, os meninos.... Aventura!

Assumimos a igreja em 05 de fevereiro de 1980. A igreja possuía no rol, 238 membros, com uma frequência média de 165; boa música, bom coral, boa junta. Juntei meus sonhos e dediquei os dois primeiros anos para pastorear o rebanho que tinha. Bati em todas as portas nos meses seguintes, e a resposta foi fantástica, no fim do ano a frequência estava na casa dos 200, e assim foi, ano após ano, até os dias de hoje...’ (Palavras do Pastor Aguiar)
Pastor Aguiar por 38 anos esteve como pastor titular na INCC, desde novembro de 2018 está como pastor emérito e não sem razão. Seu ministério teve em vários momentos a preciosa mão de Deus. Neste mês de fevereiro, essa jornada que hoje chega aos 41 anos nos faz lembrar de muitas coisas marcantes em seu ministério com a Central.

Apoio da liderança
Cada departamento da igreja se comprometeu com seu estilo de pastorado: a JNI com Fernando César de Oliveira; a Escola Dominical com Dr. José Francisco Carvalho; a Sociedade Missionária com Nora Kaan, todos vestiram a camisa.
E ao longos dos anos centenas de irmãos que se tornaram amigos ajudaram na Junta, e milhares de outros irmãos nos ministérios e nos desafios lançados abraçaram a empolgação do pastor Aguiar.

Dinamismo
Uma gama de jovens começou a testemunhar um chamado para o ministério.
O ‘Culto de Segunda-feira’ iniciado por pastor Aguiar e Cyllas Marins, pegou fogo na cidade e na redondeza. Às cinco horas da tarde, as pessoas começavam a chegar para o culto às 19h30. Deus sorriu sobre nós.
O Culto era montado sobre três bases: oração, louvor e pregação, ganhou o nome de ‘O Culto da Igreja de Todos’. Críticas, perseguições, ameaças de dentro e por outros; e nós respondíamos ‘ninguém detém é obra santa’. Muitos passaram neste ‘Cultão’: seminaristas batistas e presbiterianos, que hoje estão pelo Brasil afora, dizendo: ‘meu conceito de pregação e de igreja foi mudado’. O culto foi e é copiado e imitado até hoje.

Crescimento
A igreja na caminhada dos primeiros cinco anos de seu ministério o templo ficou pequeno. Construtor nato, iniciou uma reforma nos banheiros e nas palavras do saudoso Ildo Mattos: ‘a reforma não parou mais...’ Construiu uma galeria para 120 pessoas, que lotou no dia da inauguração. A ordem era procurar espaço e Deus foi mostrando caminhos. Compramos o Cine S. José, na Rua Paula Bueno, 992. Notícia de Primeira página no Correio Popular. O plano era ousado: ‘Uma igreja, muitos lugares’. Igrejas foram plantadas, uma a uma, até chegar a cerca de 50 novas igrejas na cidade em 2018. Glória a Deus!

Atravessamos fronteiras, invadimos estados, ultrapassamos os mares, fomos a América e plantamos igrejas, fomos a Europa e plantamos igrejas. Os mais produtivos anos da nossa igreja foram entre 1985 à 2010. Fundamos o ANA hoje com cerca de três mil crianças assistidas; o Instituto Educacional Jaime Kratz, com edifícios de primeiro mundo no Alto Taquaral. Compramos o terreno do acampamento Maanaim, e ousamos sonhar com um futuro que virá comprando o mega terreno na rodovia D. Pedro, onde Deus tem preparado um futuro, que só Ele sabe. Quando pastor Aguiar chegou em 1980 havia quatro igrejas do Nazareno e uma congregação em Campinas. Hoje somos mais de 50 igrejas organizadas e cerca de 25 mil membros.

Estilo de ministério
Ao assumir no pastorado da Igreja da Igreja Central o fiz sozinho.
Não existia a prática de se trabalhar em equipe pastoral. Nem se usava o termo ‘pastor titular’ creio que foi criação nossa hoje usada até fora dos ‘arraiais nazarenos’. Mas uma história de 38 anos não se escreve com uma única mão. Essa é uma história escrita com dezenas de mãos.

Todos eles, com seus dons e talentos, acrescentaram capítulos especiais na história da INCC e à minha vida e ministério. Nestes anos, maravilhosos leigos que hoje ainda vivem e outros que já estão na glória, deram força à liderança da igreja local por condutas irrepreensíveis e ao mesmo tempo denodo no trabalho. Músicos, professores da Escola Dominical, membros da Junta de Oficiais, pregadores leigos, funcionários da igreja, seminaristas e outros obreiros, foram parceiros que escreveram com ele a história desta igreja.

Seu legado tem passado as mãos de seu filho pastor Flavio Valvassoura, que desde 2018 com a mesma dedicação e empenho tem expandido as fronteiras da INCC pela região, país e por onde se imaginar que cheguem os meios de comunicação.
Nossa Gratidão
Pastor Aguiar, hoje atuando de forma expressiva no Acampamento Maanaim, que tem sido lugar de trabalho intenso nestes últimos anos continua com sua simpatia, coração aberto e apaixonado para servir e amar ao Senhor Jesus.
A INCC & Extensões, é grata e louva a Deus por sua vida e caminhada conosco.
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