“Portanto, senhores, tende bom ânimo! Pois eu confio em Deus que sucederá do modo por que me foi dito.” Atos 27:25
Paulo havia apelado a César e agora estava a caminho de Roma. Depois de dois anos preso em Cesareia, sendo julgado por Félix, Festo e Agripa, o apóstolo finalmente zarpa rumo à capital do Império, acompanhado de Lucas, Aristarco e mais 276 passageiros.
Roma era a mais esplêndida cidade da época, capital do mais poderoso Império que já havia dominado o mundo. A lei romana dava a todo cidadão o direito de defender-se, e o direito romano tornou-se um modelo para o mundo inteiro até os dias atuais. Muitas vezes Paulo deixou claro o propósito que tinha de visitar Roma.
Mesmo sendo vontade de Deus que Paulo chegasse a Roma, ele enfrentou terrível tempestade, mas Deus estava guiando-os. Os dois últimos capítulos de Atos, registrados por Lucas, são uma espécie de diário de bordo. O inverno se aproximava, e a viagem até Roma seria impossível nessa estação. Paulo, um veterano em viagens marítimas, conhecendo os riscos da navegação pelas águas do Mediterrâneo nesse período do ano, aconselha a tripulação a não continuar a viagem, mesmo sendo aquele porto um lugar pouco apropriado para passar o inverno. O centurião não deu crédito à advertência de Paulo e decidiu prosseguir a viagem até Fenice, porto da ilha de Creta, um lugar mais seguro, para então ali passarem o inverno.
Mesmo iniciando com uma sensação de sucesso, logo o mar se transformou em um monstro indomável e trouxe grandes prejuízos para todos pois não acreditaram no apóstolo. Veio um tufão e o mar se revoltou e perderam o controle do navio, ficando à deriva. Eles precisaram aliviar o navio e jogar seus bens fora para salvar a própria vida e dissipou-se toda esperança de salvamento. A morte parecia inevitável.
Paulo intervém na hora do desespero e faz um apelo para que mantivessem o bom ânimo pois um anjo de Deus havia aparecido a ele informando-lhe que, apesar da perda do navio e de toda a sua carga, nenhuma pessoa pereceria, pois o projeto de levá-lo a Roma para comparecer perante César estava de pé. Todos deviam permanecer juntos. Paulo alertou o centurião Júlio que eles não poderiam salvar-se caso os marinheiros não permanecessem no navio e apelou para que todos comessem pois faziam duas semanas que ninguém comia nada, por causa da tempestade. Paulo toma um pão, dá graças e encoraja a todos a comerem.
Quando acabam os recursos humanos, os recursos divinos ainda estão disponíveis. Foi um salvamento milagroso e a a tripulação avistou terra. Era a ilha de Malta, mas eles não conheciam o lugar, o navio encalhou num banco de areia e o navio quebrou-se e o naufrágio se revelou inevitável. Os soldados resolveram matar os prisioneiros. O centurião Júlio, porém, impediu os soldados de consumarem essa matança e ordenou a todos que sabiam nadar que saltassem primeiro no mar, e os outros deveriam usar as tábuas e destroços do barco para chegaram a praia.
Haviam bárbaros na ilha que os acolheram com humanidade e fizeram uma fogueira para aquecê-los, uma vez que todos estavam molhados e com frio. Paulo trabalha para manter acesso o fogo lançando gravetos, mas uma víbora fixa-se na sua mão. Todos achavam que ele iria morrer ali. Mas nada aconteceu. Daí acharam que ele era um deus.
Os propósitos de Deus não podem ser frustrados mesmo quando somos açoitados por tempestades. O pai de Públio, o prefeito da Ilha, estava enfermo, com febre e disenteria: Paulo orou por ele, e o homem foi curado. Diante desse fato, os demais enfermos buscaram Paulo, que orou por eles e todos ficaram curados.
Depois de três meses na ilha, os náufragos embarcam no terceiro navio rumo a Roma. Uma comitiva da igreja de Roma foi encontrar-se com Paulo e seus companheiros, Paulo quando os encontrou deu graças a Deus e sentiu-se mais animado.
A primeira prisão de Paulo em Roma durou dois anos, e Paulo ficou confinado a uma casa alugada, onde era vigiado por um soldado, mas tinha liberdade de receber as pessoas e ensinar livremente.
Paulo estava preso em Roma, mas seu ministério seguia em plena atividade.
O relato de Lucas sobre essa primeira prisão de Paulo não é exaustivo, mas as epístolas escritas dessa prisão (Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon) nos acrescentam informações muito importantes:
a) A prisão de Paulo levou a igreja de Roma a pregar com mais ousadia;
b) Nesses dois anos Paulo evangelizou toda a guarda pretoriana, bem como outros membros da casa imperial;
c) Não podendo visitar as igrejas, Paulo lhes escreveu cartas, as quais fazem parte do cânon sagrado;
d) Dessa primeira prisão, Paulo orou para ser libertado e pediu oração nesse sentido às igrejas; e) Paulo continuou seu trabalho após ser solto, fazendo uma espécie de quarta viagem missionária;
f) Paulo foi capturado novamente e colocado numa masmorra romana, de onde saiu para o martírio no ano 67 DC. Esse gigante de Deus tombou na terra como mártir, mas foi recebido no céu como um príncipe. A Deus seja a glória, por sua vida, ministério e exemplo!
Ao terminar o livro de Atos, percebe-se a atuação poderosa do Espírito Santo na Igreja e que muitas outras histórias estão sendo escritas pelo poder de Deus. Ainda acontecerá muitos milagres, sinais e maravilhas em homens, mulheres e crianças pois a história ainda está sendo escrita para a glória de Deus. São os atos do Espírito Santo.
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