Testemunho – Transplante Renal
Por volta dos 25 anos, descobri que tinha uma doença genética nos rins, conhecida como "Rins Policísticos". Trata-se de uma condição em que vários cistos de diferentes tamanhos crescem no interior dos rins, aumentando seu tamanho e alterando sua forma. Quando o número de cistos é elevado, o rim pode ter dificuldades para funcionar, o que pode resultar em insuficiência renal.
Essa doença, como mencionado, é genética, herdada da minha mãe, do meu avô e do meu bisavô.
Ao longo do tempo, consultei vários médicos em busca de cura, mas descobri que só é possível controlar o aumento dos cistos, seguindo orientações como: diminuir o consumo de sal e carne, evitar carambola e não tomar anti-inflamatórios.
Mesmo com todos os cuidados, a doença progrediu, e, em meados de 2022, aos 47 anos, minha função renal estava muito baixa. Comecei a apresentar sintomas como coceiras, inchaço nas pernas, desânimo e cansaço extremo.
Nesse período, enfrentei muitas preocupações sobre como seria a vida com hemodiálise: Será que conseguiria trabalhar? Precisaria me aposentar? Passaria mal após as sessões? Quanto tempo ainda teria de vida?
Busquei apoio psicológico e medicação para lidar com essas incertezas.
No segundo semestre de 2022, realizei o procedimento de fístula no braço, necessário para a hemodiálise, que consiste em uma conexão cirúrgica entre uma artéria e uma veia para facilitar o acesso vascular.
Em todos os momentos, senti o agir de Deus. Pedi a Ele que permitisse que minha vida seguisse normalmente, com trabalho, viagens e momentos com a família. Foi então que Ele me conduziu à clínica de nefrologia e hemodiálise recém-inaugurada próxima ao portão principal da Lagoa do Taquaral, chamada Lume. (Lume, palavra de origem latina, significa "luz".)
Jesus disse: "Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8:12).
Na clínica, fui acolhido e recebi suporte de uma equipe incrível, composta por médicos, enfermeiros, técnicos e outros funcionários. Eles foram verdadeiros anjos de Deus na Terra, que me conduziram com amor e atenção nessa nova etapa.
No dia 2 de janeiro de 2023, fiz minha primeira sessão de hemodiálise. Não tive reações adversas e, de forma surpreendente, senti paz, felicidade e gratidão por contar com uma máquina que me proporcionava mais tempo de vida com minha família (minha esposa, Cinthia e meu filho, Vini).
Decidi entrar na fila para transplante o mais rápido possível. Porém, os rins policísticos, maiores que o normal, exigiam a remoção de um rim antes do transplante. A cirurgia para retirada do rim direito foi marcada para 27 de fevereiro de 2023. Foi a primeira vez que fiquei em uma UTI, e passei momentos difíceis.
Após a recuperação e realização de exames, entrei na fila para transplante em abril de 2023. Mentalizei que o tempo médio de espera no Brasil é de 5 anos e me preparei para fazer hemodiálise por 8 a 10 anos, se necessário.
Mesmo com a rotina exigente — sessões de 2h30, quatro vezes por semana, após o trabalho —, continuei trabalhando e ajustando minha vida ao tratamento. Perdi muitos momentos em família e eventos, mas não deixei de viver. Em meados de 2023, conseguimos até viajar, provando que era possível se adaptar.
No dia 6 de dezembro de 2023, recebi uma mensagem da enfermeira Bruna, da clínica Lume: "Você está concorrendo a um transplante amanhã." A emoção foi indescritível, uma mistura de alegria e dúvida. Após uma sessão especial de hemodiálise, fui internado no Centro Médico de Campinas para exames.
No dia 7 de dezembro de 2023, recebi o maior presente de Deus e da família doadora. Apesar da dor, eles escolheram amar e ajudar outras pessoas. Após o transplante, enfrentei complicações, como esofagite e gastrite, causadas por medicamentos, além de momentos críticos, como uma biópsia inconclusiva e tratamentos intensivos.
Com fé e o suporte de minha igreja e do Pastor André, que nos visitava com palavras de conforto, o rim transplantado começou a funcionar de forma plena. No dia 25 de dezembro de 2023, saí da UTI com ótima função renal. Três dias depois, tive alta.
Embora tenha enfrentado desafios, como infecções e novas internações, segui firme na fé. Hoje, posso desfrutar de momentos simples, como tomar água e passar mais tempo com minha família.
Sou grato a Deus por cada detalhe desse processo e a todos que oraram, apoiaram e doaram sangue. Ainda há uma jornada pela frente, mas sigo em gratidão e fé.
Deus abençoe a todos!
Clodoaldo Oliveira da Silva
Que história rica no confiar de Deus, meu irmão fez 13 anos de hemodiálise e fez um transplante renal, porém com outras dificuldades e não por conta disso tudo ele acabou nos deixando no ano passado, mas por ter vivido tudo isso de perto sei a dificuldade que é. Glória a Deus por ter dado tudo certo e meu conselho é, VIVA COM GRATIDÃO E ALEGRIA.
Deus abençoe.