Em 2012, depois de muitos tratamentos paliativos em função de uma hérnia de disco na coluna, fui submetido à dois procedimentos cirúrgicos na região L5S1 do lombar lado esquerdo, afim de sanar o problema e ter uma vida normal, o primeiro deles foi uma infiltração no qual não se teve o resultado esperado e o segundo foi uma laminectomia. Embora as dores nunca tivessem cessado por completo, conseguia driblar o desconforto e seguir com a vida.
Em 2017, as dores voltaram a incomodar e rapidamente se intensificaram a ponto de ter dificuldades básicas de locomoção. Depois de avaliação de um especialista, foi constatada nova hérnia de disco na mesma região da coluna, L5S1, porém dessa vez do lado contrário (direito). Manifestei ao meu médico a frustação que tive nos resultados dos procedimentos outrora feitos e que gostaria de insistir em tratamentos não cirúrgicos.
Iniciei um intenso tratamento com medicações e intermináveis sessões de fisioterapia, hidroginástica, acupuntura, etc, até que em 2020 a situação se agravou de uma forma que tinha dias que eu não aguentava levantar da cama. Remédios convencionais já não faziam efeitos, estava vivendo a base de opioides (tramal, morfina, etc), e se tornou constante recorrer ao pronto atendimento. Diante da situação, meu médico, no início de março não conseguiu ver outra saída se não me encaminhar para uma nova cirurgia. Dessa vez, mais complexa, se tratava de uma artrodese lombar, com substituição do disco afetado e inserção de parafusos estabilização das vertebras.
Com expectativa de operar em abril de 2020, fomos surpreendidos com a suspensão de todas as cirurgias eletivas em função da pandemia. Foram meses de luta, tinha dificuldades em trabalhar até mesmo em home-office, pois não conseguia manter a mesma postura por mais de 10 minutos, sendo necessário pelo mesmo motivo, a me afastar do ministério do qual faço parte na igreja. E nesse período, em uma das idas ao pronto socorro onde eu literalmente “travava” , liguei para o meu médico para expressar o receio que eu tinha do problema (que já se tornara crônico) se agravar ao ponto de ficar irreversível , na ocasião, ele entrou em contato com o hospital solicitando minha internação afim de que pudesse encaixar meu procedimento como cirurgia de emergência, no entanto, a solicitação foi negada pelo plano com a alegação de que o procedimento o qual eu seria submetido compunha materiais especiais e para tanto seria necessária uma programação.
Com a volta gradual das cirurgias eletivas, consegui enfim, passar pelo procedimento cirúrgico em novembro. Todavia, uma intercorrência na cirurgia nos gerou uma apreensão ainda maior. Durante a manipulação dos instrumentos cirúrgicos no procedimento, sofri uma lesão na membrana que reveste a medula espinhal, e entre as possíveis sequelas que poderiam se dar em função dessa intercorrência, estariam a perda permanente de movimentos dos membros inferiores ou até mesmo problemas neurológicos. Depois de 7 horas de cirurgia a lesão foi reparada e ficava a expectativa de como seria a resposta nos dias subsequentes ao procedimento. Foram 4 dias em decúbito zero na UTI e 7 dias de internação afim de promover de forma eficiente a cicatrização da lesão.
Em todo esse processo pude ver as mãos de Deus intervindo, tanto em cura como em livramento. Foi Ele que me deu forças para passar por essa luta, (a qual creio não ter passado em vão), foi Ele que levantou pessoas para estarem me cercando de orações e cuidado. Foi indispensável o amor e preocupação dos irmãos em Cristo para comigo nesse período, e esse movimento só fez reforçar o meu entendimento sobre igreja. Embora ainda esteja cumprindo os protocolos de pós-operatório, com fisioterapias e hidroterapias semanais, glorifico a Deus por hoje, com menos de 4 meses após o procedimento cirúrgico, poder estar evoluindo dia após dia muito além das expectativas e sem sequelas. Verdadeiramente até aqui, me ajudou o Senhor.
Meu nome é André Luís, tenho 41 anos, e sirvo no ministério de louvor da INCC. Com minha família, somos membro da Nazareno há 11 anos e agradeço a igreja pelo cuidado a mim despendido nesse período e em tantos outros que precisei.
Aos irmãos em Cristo, aos amigos de ministério, ao GC o qual faço parte e aos Pastores Flavio Barbosa, Pr Léo e Pra Patrícia Cury, que nos momentos mais difíceis se dispuseram, desde, me levar a um pronto socorro num momento de incapacidade física, até me visitar na UTI, ministrar santa ceia no lar, visitar para orar e me ungir, e ministrar sobre mim e minha família palavras de fé e ânimo, registro aqui o meu agradecimento.
Comments